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Introdução
Freud, em 1925, anunciava que nenhuma das
aplicações da psicanálise excitou tanto interesse quanto o seu
emprego na teoria e na prática da educação.
O principal objetivo deste trabalho é apresentar
o relato de uma experiência onde a psicanálise foi convocada a
intervir em uma instituição escolar, se vendo, portanto,
intimada a rever a sua aplicabilidade sem perder de vista os
seus princípios.
Sabemos que as novas formas de sofrimento
psíquico têm exigido dos psicanalistas um esforço a mais na
contemporaneidade. A psicanálise tem sido constantemente
solicitada a responder por fenômenos clínicos que surpreendem
cada vez mais pais, educadores, pediatras, enfim, todos aqueles
que não ignoram as mudanças de nossa época, ou seja, que não
ignoram os efeitos do declínio da função paterna na educação, na
família e na cultura. É preciso que nós, psicanalistas, tenhamos
a exata noção dos limites da psicanálise aplicada para que
possamos, de fato, nos incluir no laço social sem abrir mão dos
pilares fundamentais da psicanálise. Penso que é desta forma que
devemos nos lançar nesta aventura tão arriscada que é a
psicanálise aplicada.
Cottet (2005) ao promover
uma atualização da aplicabilidade da psicanálise na
contemporaneidade, propõe algumas questões que considero
essenciais para a compreensão deste projeto de extensão. São
elas: Será que um ato psicanalítico é possível num espaço que
não seja psicanalítico?, há condições ideais para o ato
analítico?, qual o limite entre a deformação e a degradação na
aplicação da psicanálise, no nosso caso, à educação?, qual
seria, portanto, o limite entre a extensão da psicanálise e a
sua degradação?. Mais do que isso, Cottet se pergunta sobre qual
seria o manejo da escuta necessário para se estar à altura do
laço social.
Como podemos perceber, tais questionamentos
trazem à tona uma discussão não menos importante e que diz
respeito justamente à formação dos analistas. Faz-se
indispensável que os psicanalistas se perguntem sobre o que há
de rigorosamente psicanalítico em suas práticas institucionais
já que é preciso garantir os parâmetros que fundamentam estas
práticas, ou seja, os princípios que as orientam e que,
conseqüentemente, as diferenciam radicalmente das práticas
psicoterápicas, por exemplo.
Diante das novas formas de sofrimento psíquico,
destaco o fracasso escolar, considerando-o como o sintoma
infantil contemporâneo por excelência. Estamos interessados em
analisar como este sintoma acomete de maneira particular os
meninos, nos dando pistas de que talvez este seja um sintoma, de
fato, tipicamente masculino. Por que será que meninos lideram os
levantamentos dos fracassados escolares? Por que são eles que,
na passagem da quarta para a quinta série, por exemplo, decantam
como verdadeiros resíduos em relação à turma, como se
sucumbissem à aprendizagem?
O grande
desafio deste projeto de pesquisa, portanto, é o seguinte: como
estender ou como aplicar a psicanálise fora do dispositivo
analítico clássico sem que isso implique na sua degradação?
Neste sentido, o principal objetivo deste relato que se segue é
justamente fomentar uma discussão acerca da pertinência e dos
limites da psicanálise aplicada ao campo da educação, já que não
podemos supor que a psicanálise nada tenha a dizer e a
acrescentar em relação aos sintomas que proliferam nas salas de
aulas e que deixam professores, orientadores e diretores muitas
vezes embaraçados.
A pesquisa
Antes de apresentar as etapas do projeto
propriamente dito, é fundamental destacar que este trabalho tem
um objetivo bastante preciso: escutar a particularidade de cada
caso, procurando extrair o que cada um deles apresenta de
típico, ou seja, o que há em comum entre eles. Acredito que é
apenas neste esforço de extração do universal a partir do
particular que podemos falar de pesquisa em psicanálise.
Orientada por este objetivo, me lancei no desafio
de analisar os casos de fracasso escolar em um colégio situado
em Jacarepaguá. No início deste ano fiz uma análise do
rendimento escolar de alunos de quinta série até o terceiro ano
do Ensino Médio a fim de identificar os sujeitos de nossa
pesquisa. Curiosamente, logo de saída já nos deparamos com a
seguinte realidade: são os meninos que lideram o ranking dos
fracassados escolares. São eles que, em sua maioria, têm
boletins repletos de notas insuficientes e parecem não responder
às intervenções promovidas pela Escola, tais como: aulas de
apoio, conversas com os pais, exercícios extras, recuperação
paralela, provas diferenciadas... Como podemos perceber, já na
primeira etapa desta pesquisa o fenômeno fracasso escolar
apareceu como um sintoma tipicamente masculino.
Outro aspecto também típico e que chamou bastante
a atenção é que estes alunos são considerados pela equipe
pedagógica como absolutamente “inertes”, “parece que não saem do
lugar”, “fazem tudo apenas para se livrar da tarefa”, “parecem
não se interessar por nada”, “falta vontade de aprender”, além
de “descompromissados”, “imaturos” e “empacados”. Interessante
destacar também que estes alunos, de fato, pouco se incomodam
com a possibilidade de uma reprovação. Comportam-se de maneira
“indiferente” como se a castração realmente passasse ao largo
deles. Diante de todas estas formulações destaco duas delas :
“eles não estão nem aí!” e “eles não querem nada!”
Após a identificação destes alunos, tracei um
plano de intervenção que consiste na realização de entrevistas
de anamnese com os responsáveis e entrevistas com os próprios
alunos. Nosso objetivo com este procedimento é o estabelecimento
de um diagnóstico das dificuldades apresentadas, visando à
identificação dos impasses destes alunos com a aprendizagem de
modo a analisar o que, de fato, tem relação com o aspecto
pedagógico-conceitual e o que está diretamente associado à
economia psíquica deles. A partir daí, será possível estabelecer
uma direção para cada um dos casos (acompanhamento na própria
escola visando apenas efeitos terapêuticos rápidos ou
encaminhamento do caso).
Com esta estratégia foi inaugurado um novo
dispositivo dentro daquele colégio, dispositivo este que visa
desempenhar o papel das entrevistas preliminares em psicanálise.
Ou seja, foram realizados alguns encontros com os pais destes
alunos e outros com o próprio aluno, buscando identificar a
gênese deste fracasso em cada um destes sujeitos.
É importante ressaltar que nosso objetivo com
este ciclo de entrevistas não é curar os sujeitos, mas
oferecer-lhes uma escuta que promova a experiência do
inconsciente em cada um deles. Como relembra Coelho dos Santos
(2006b), o principal objetivo das entrevistas preliminares não é
necessariamente o alívio da angústia, mas a introdução da
hipótese do inconsciente, ou seja, a fundação do inconsciente
para um sujeito. Isto significa dizer que os efeitos
terapêuticos alcançados pelo sujeito advêm como conseqüência das
próprias entrevistas preliminares, onde o ele é convocado a
falar de si.
O Caso
O relato que se segue refere-se ao material
obtido em algumas entrevistas realizadas com um menino. Estas
entrevistas ainda estão em andamento.
Pedro Henrique é filho único. Tem 12 anos. Em
relação ao seu rendimento escolar, ele diz que o pai acompanha a
sua vida escolar, até vê o boletim, mas “não faz nada”. A mãe
depois que recebe o boletim não o deixa fazer “mais nada”. E
como ele mesmo afirma, ele próprio “não quer nada.”
A sua mãe é quem mantém financeiramente a
família, apesar de ter perdido recentemente o seu emprego. O pai
tem um nível de instrução inferior ao da mãe que, em algumas
situações, chega a redigir textos para que o marido copie
(declarações, procurações...). Este casal está permanentemente
em crise conjugal, sempre à beira da separação que já há algum
tempo vem sendo adiada. Atualmente, a separação está “em
suspenso” em função da decadente situação financeira da família.
A mãe parece bastante aflita e tem feito malabarismos para
honrar os seus compromissos financeiros enquanto o pai “deita,
vê TV, come, reclama da comida e fica mandando a cachorra para o
quarto”. “Ronca e dorme”, segundo Pedro Henrique.
Pelo que pudemos reconhecer até o momento,
estamos diante de um casal parental que parece dispensar o
registro da conjugalidade, Se por um lado, o esvaziamento da
potência do desejo de seu pai enquanto homem para a sua mulher,
mãe de Pedro Henrique, a reduz radicalmente à sua vertente
materna. Por outro, sua mãe ao recusar-se como objeto causa de
desejo de seu marido, aponta que a sua satisfação está em outro
lugar: em Pedro Henrique. E, como sabemos, quando o pai não se
apresenta como desejante em relação a uma mulher, ele deixa o
filho impossibilitado de extrair a sua posição de homem, de
homem humanizado por seu desejo referido a uma mulher.
Pedro Henrique tem certeza que é tudo para a sua
mãe, que a sua mãe se satisfaz nele e que seu pai é um “nada”. O
que ele não sabe ainda é como sair dessa, como se desvencilhar
desta posição de objeto do gozo da mãe. Talvez seja por isso que
ele se apresente como aquele que não quer nada, aquele que passa
ao largo da castração e, conseqüentemente, do desejo.
Estamos dando continuidade a estas entrevistas com Pedro
Henrique para identificarmos qual a direção mais apropriada a
ser dada em seu caso. Se uma demanda de análise, de fato,
emergir, ele terá condições de ser encaminhado para um
atendimento psicanalítico propriamente dito. Caso contrário,
seguiremos pelo caminho de um acompanhamento curto visando
apenas efeitos terapêuticos.
Do caso à
teoria
Desde Freud sabemos que a constituição subjetiva
não se faz pelos mesmos caminhos para meninos e meninas. A
própria diferença anatômica entre os sexos tem efeitos
diferentes na constituição subjetiva de cada um deles. Do lado
das meninas tudo indica que, tendo sido privadas do pênis, só
lhes resta a inveja dele e um certo ar de quem, de fato, não tem
muito mais a perder. Como dizia Freud: “A menina (...) faz seu
juízo e toma sua decisão num instante. Ela o viu, sabe que não o
tem e quer tê-lo” (1925, p. 314). Já para os meninos,
possuidores do tão cobiçado objeto, é preciso prudência já que a
ameaça da castração não lhes dará sossego para o resto da vida.
Como conclui Freud:
“A diferença entre o desenvolvimento sexual dos indivíduos dos
sexos masculino e feminino [...] é uma conseqüência inteligível
da distinção anatômica entre seus órgãos genitais e da situação
psíquica aí envolvida; corresponde à diferença entre uma
castração que foi executada e outra que simplesmente foi
ameaçada.” (1925, p.319)
Coelho dos Santos (2006a) sublinha a importância
distintiva que um pai tem para um e para outro sexo. Para os
meninos ele é o agente imaginário da castração na medida em que
interdita o objeto incestuoso e se torna um traço na
identificação constitutiva do supereu. Para as meninas,
entretanto, o filho aparecerá como um substituto do falo e deste
modo, o pai nem interdita propriamente o objeto incestuoso, nem
se faz um traço de identificação.
Lacan, em seu primeiro movimento de retorno a
Freud, formaliza o complexo edipiano, fazendo do pai uma
metáfora. Ao elevar este conceito à sua dimensão mais simbólica,
Lacan, na realidade, reduz o pai a uma função, acentuando a
mortificação do ser vivo. Acreditamos que a difusão desta
formalização do pai em Lacan trouxe uma série de impasses para
os psicanalistas que passaram a dispensar o pai imaginário em
nome de uma função simbólica. Com isso, o pai de família foi
esvaziado de sua função e a paternidade passou a ser definida
como uma metáfora cuja função é promover a substituição de um
significante por outro. Nesta etapa, portanto, Lacan parece
privilegiar a função paterna em sua vertente simbólica, ou seja,
a função de interdição que o pai tem para um filho.
Mais tarde, no último tempo de seu ensino, Lacan
promove uma inversão de perspectiva. No Seminário 20, Mais
ainda, ele situa a diferença sexual no coração da
psicanálise, conferindo à diferença entre as sexualidades
masculina e feminina uma posição inédita. Ele inicia este
percurso de promoção da diferença sexual no próprio Seminário
20: ao introduzir o gozo como propriedade do corpo vivo e,
mais adiante, no Seminário 22: RSI, sublinha esta
inversão de perspectiva privilegiando as funções homem e mulher,
que tomam a cena das antigas formulações que privilegiavam as
funções do pai e da mãe.
Neste
seminário, então, ele destaca o papel do gozo do pai como
condição da operatividade de sua função. Ele faz intervir o
desejo e o gozo do pai como única garantia de sua função, que
ele diz ser real e ter como modelo a posição de um homem que
tomou uma mulher como causa de desejo e a fez mãe dos seus
filhos. É neste seminário que Lacan afirma: “Um pai não tem
direito ao respeito, nem ao amor, se o dito amor, o dito
respeito, não for, vocês não vão crer em suas orelhas, père(pai)-versamente
orientado, quer dizer feito de uma mulher, objeto a que
causa seu desejo [...]”.
Trata-se da
percepção de que para além do pai está o homem. Desse modo, para
que um homem seja capaz de encarnar a função de pai, é preciso
que ele seja, antes, capaz de amar uma mulher. É preciso que ele
faça da sua própria castração a condição de possibilidade da
aquisição da função paterna (Decourt,
2000).
Como podemos perceber, neste momento Lacan
humaniza a figura do pai, oferecendo-lhe uma versão mais justa,
sexuada, ou seja, a sua vertente de homem, de homem vivo.
Trata-se, portanto, de um pai castrado que deseja uma mulher. Um
pai vivo que não tem o gozo absoluto sob a sua guarda, tal como
nos propunha Freud a partir de seus mitos sobre a função do pai,
mas, ao contrário, um pai que sofre os efeitos da castração. É
para uma mulher que ele deve se fazer homem para que possa então
advir como pai de um filho.
Penso que algumas questões merecem destaque nesta
virada teórica de Lacan, não apenas por serem delicadas, mas
também por exigirem dos psicanalistas um esforço a mais no
sentido de refletirem sobre as suas intervenções clínicas diante
das novas configurações familiares. São elas: O que define e,
conseqüentemente, habilita as funções pai e mãe em uma família?
Qual a estrutura mínima que constitui um laço familiar? Mais do
que isso é preciso que os psicanalistas se perguntem: do que uma
família deve de fato se encarregar? O que cabe a ela, e somente
a ela, transmitir aos seus filhos?
Sabemos, desde 1938 com Lacan, que a família tem
um papel primordial na transmissão da cultura, pois além de
“presidir os processos fundamentais do desenvolvimento psíquico,
também transmite estruturas de comportamento e de representação
cujo jogo ultrapassa os limites da consciência” (1938, p. 13).
O que verificamos no caso apresentado é que o
sujeito, ao desconhecer o exercício da castração no interior da
própria família, apresenta dificuldades na subjetivação da
castração, principalmente no que diz respeito à diferença sexual
e geracional. Se a lei do desejo é que funda a conjugalidade e
se é daí que a parentalidade advém, então, qual o lugar deste
sujeito diante da partilha sexual?
Daremos prosseguimento a estas entrevistas com
Pedro Henrique procurando analisar nele a incidência da
sexualidade de seus pais, pois acreditamos que esta é a única
possibilidade que um sujeito tem de dispensar o pai sabendo dele
se servir[2]. Nosso grande desafio será, então, colocar
o significante “nada” em operação para verificarmos se esta
intervenção possibilita que Pedro Henrique demande uma nova
posição subjetiva que permita que ele funcione de fato como
filho para que possa, futuramente, funcionar de fato como homem.
De qualquer forma, a questão que retorna e que
orienta a pesquisa a partir de agora é: que saídas os meninos
terão que buscar para tornarem-se homens e conseqüentemente pais
já que parecem especialmente entregues à maternagem generalizada
dos novos tempos? Será que o fracasso escolar em meninos não
pode ser entendido como uma resposta (também fracassada) do
sujeito ao mal estar na sexualidade? Como é possível um menino
se servir do pai quando este é dispensado com homem?
Notas
[1] Anotações
pessoais do seminário proferido por Tania Coelho dos Santos no
Programa de Teoria Psicanalítica da UFRJ. 2006/2
[2]
Ref.: “L’hypothèse de l’inconscient, Freud le souligne, ne peut
tenir qu’à supposer de Nom-du-Père. Supposer le Nom-du-Père,
certes, c’est Dieu. C’est en cela que la psychanalyse, de
réussir, prouve que le Nom—du-Père, on peu aussi bien s’en
passer. On peut aussi bien s’en passer à codition de s’en
servir” (Lacan,
1975-76, p. 136)
Referências bibliográficas
COELHO DOS SANTOS, T.
(2006a) “O psicanalista é um sinthoma”. In:
Latusa,
n. 11. RJ: EBP-RJ, 2006, p. 57-72.
_________.
(2006b)
Anotações pessoais do seminário proferido pelo Programa de pós
graduação em teoria psicanalítica. UFRJ.
_________.
(2006c)
Sintoma: corpo e laço social.
Rio de Janeiro: Sephora/UFRJ.
COTTET, S. “Efeitos terapêuticos na clínica psicanalítica hoje”
In: Coelho dos Santos, T. (Org.)
Efeitos terapêuticos na psicanálise
aplicada,
Rio de Janeiro: Contracapa, 2005.
DECOURT, M.C.C.
Para além do pai está o homem – a função paterna de Freud a
Lacan.
Dissertação de mestrado. UFRJ, Rio de Janeiro, 2000. Disponível
em: <www.nucleosephora.com>
Biblioteca virtual > Profa. Dra. Tania Coelho dos Santos > Teses
e dissertações.
DECOURT, M.C.C.
Psicanálise e família : a terceirização da função paterna na
contemporaneidade.
Tese de doutorado. UFRJ, Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <www.nucleosephora.com>
Biblioteca virtual > Profa. Dra. Tania Coelho dos Santos > Teses
e dissertações.
FREUD, S. (1925) Prefácio a Juventude Desorientada
de Aichhorn, In: Obras psicológicas completas.Rio
de Janeiro:ESB.
_________.
(1925)
“Algumas
conseqüências psíquicas da diferença anatômica entre os sexos”
In Obras psicológica completas. Rio de Janeiro: Imago.
LACAN, J. (1938). Complexos Familiares na
formação do indivíduo – ensaio de uma função em psicologia.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987.
_________.
(1972-73). O Seminário. Livro 20: Mais ainda.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
_________.
(1974/75).
O
Seminário. Livro 22:
RSI,
aula do dia 14 de fevereiro de 1975, inédita.
_________.
(1975-76/2005). Le Seminaire, livre 23: Le sinthome.
Paris: Seuil.
MILLER, J.-A. (2003) “O último ensino de Lacan”, In:
Revista Opção Lacaniana n. 35, São Paulo:
Edições
Eólia,
janeiro, 2004, p. 6-24. |