Da estrutura autista
Jean-Claude Maleval
Revista aSEPHallus de Orientação Lacaniana
Núcleo de Pesquisa sobre
o Moderno e o Contemporâneo
Este número de aSEPHallus se destaca pela sua clara articulação à pesquisa. Abrimos nossa seleção de trabalhos com a primorosa conferência do colega Jean-Claude Maleval, professor e orientador de pesquisas na Universidade de Rennes, onde se dedica a ressaltar a particularidade da estrutura autista. Ele apresenta a noção de estrutura subjetiva autística, ressaltando que foi introduzida por Rosine e Robert Lefort nos anos 1990 e caracterizada pela ausência de alienação significante, de lalíngua, de S1 e de objeto a. Estas indicações são ainda objeto de debate atualmente pois, para apreender a complexidade da clínica do espectro autista, estes autores só dispunham da noção de divisão do sujeito no real do duplo. Hoje em dia parece possível apreender a estrutura autista a partir de características maiores, tais como: uma retenção inicial dos objetos pulsionais; uma alienação retida, que se opera sem a dobradiça do significante-mestre; uma aparelhagem do gozo pela borda. Saiba mais ->
Jean-Claude Maleval
Jean-Claude Maleval
Tania Coelho dos Santos
Katerine da Cruz Leal Sonoda
José Maurício Teixeira Loures
Maria Helena Martinho
Cleyton Andrade
Antonio Teixeira
Rachel G. Amin Feres de Freitas
Vanessa Teixeira dos Santos
Patrícia Matos Rodrigues
Esta é mais uma abordagem ao tema da lógica da pós-modernidade e os principais pontos de oposição à tradição religiosa ocidental cristã e à ciência moderna. Deixo claro que, enquanto que ciência e religião conservam como paradigma a adequação à realidade compartilhada, a pós-modernidade a recusa, instalando em seu lugar o direito de cada um inventar-se, ignorando a referência à história, à tradição, à ciência, à realidade compartilhada e aos outros. Em lugar destas referências, as novas subjetividades desenvolvem políticas identitárias segmentando e segregando grupos sociais conforme a raça, o credo, o gênero e a classe social.
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A historiadora e psicanalista Elisabeth Roudinesco dispensa apresentações. Sua inserção no campo da psicanálise e nos debates que caracterizam o mundo contemporâneo é sempre muito viva e esclarecedora. Este livro é um bom exemplo disso. Apesar de não ser uma publicação recente, seu tema continua atual porque toca em questões que mostram que o modo como a psicanálise pensa a constituição psíquica e, portanto, como conduz o tratamento psicanalítico, vai na contramão da lógica do mercado capitalista e das ideologias do mundo contemporâneo.
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