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Sujeito dividido, proliferação de objetos e desinserção social: os laços sociais e o discurso capitalista na cultura contemporânea

Leny Magalhães Mrech
Livre Docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
Coordenadora do Núcleo de Pesquisa de Psicanálise e Educação da FEUSP
Autora do livro Psicanálise e Educação: Novos Operadores de Leitura (editora Cengage)
Organizadora do livro O Impacto da Psicanálise na Educação (Editora Avercamp)
e-mail: lenymrech@uol.com.br

Monica Rahme
Doutora em Educação pela FE-USP
Professora do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS/UFOP)
e-mail: monicarahme@hotmail.com

 

Resumo

Há na cultura atual, a cultura comercial de que nos fala Lacan no Seminário 16, uma proliferação de objetos que interfere nos laços sociais a partir do discurso do capitalista. O sujeito dividido se vê assim diante de novas posições e de novos laços sociais, nos quais as latusas e o mais-de-gozar ocupam lugar estratégico. Os diferentes níveis de inserção social fazem com que as discussões relativas à desinserção social ocupem um lugar fundamental e revelem as diferentes formas de os sujeitos cindidos serem desinseridos dos contextos sociais.

Palavras-chave: psicanálise, sujeito dividido, latusas, mais-de-gozar, desinserção social.

 

Split subject, multiplication of objects and social detachment: social ties and the capitalist discourse in contemporary culture

There is on nowadays culture, a commercial culture told to us by Lacan at the Seminar 16, a proliferation of objects from the capitalist discourse that interfere on social bonds. The divided subject therefore sees himself facing new positions and new social bonds, on which the lathouse and the plus-de-jouir have a strategic placing. Different levels of social integration make discussions related to social detachment occupying a fundamental place and revel different forms of split subjects being detached from social contexts.

Key words: psychoanalysis; divided subject; lathouse; plus-de-jouir; social detachment.

 

Sujet divisé, prolifération d’objets et désinsertion sociale: les liens sociaux et le discours capitaliste dans la culture contemporaine.

Il existe de nos jours, dans la culture du commerce dont nous parle Lacan dans son Séminaire 16, une prolifération d’objets intervient dans le lien social a partir du discours du capitalisme. Le sujet divisé se voit ainsi devant de nouvelles positions et de nouveaux liens sociaux dans lesquels les lathouses et le plus de jouir prennent une place stratégique. Les différents niveaux d’insertion sociale font en sorte que les discussions au sujet de la désinsertion sociale prennent une place fondamentale et révèlent quelles sont les différentes manières par lesquelles les sujets partagés se désinsèrent des contextes sociaux.

Mot clés: psychanalyse, sujet partagé, lathouse, plus-de-jouir, désinsertion sociale.

 


Introdução

Para Bauman (2008), encontramo-nos em plena “revolução consumista”, período em que se passou de uma sociedade de produtores para uma sociedade de consumidores, cujo valor supremo se encontra na perspectiva de ter uma “vida feliz”. Para Lacan (2008), vivemos a passagem da mais-valia ao mais-de gozar – ou seja, passamos de um mundo direcionado para a produção para outro, voltado para o consumo. O mais-de-gozar aparece sob a forma de um excesso, da busca de um a mais. De um consumo contínuo. Na visão do autor, trata-se de uma concepção de sociedade que promete o gozo de forma constante.

Bauman (2008) identifica também a sociedade capitalista centrando-se na busca da felicidade, que é outro nome para o mais-de-gozar na cultura atual. Esse se caracteriza por uma felicidade instantânea e perpétua, marcada pela urgência do “aqui” e do “agora” por abominar qualquer idéia que presentifique o sofrimento e a infelicidade. Por outro lado, o autor (2001) assinala que o trabalho encontra-se tão imobilizado nesse contexto quanto no passado:

“Hoje, o capital viaja leve – apenas com a bagagem de mão, que inclui nada mais que pasta, telefone celular e computador portátil. Pode saltar em quase qualquer ponto do caminho, e não precisa demorar-se em nenhum lugar além do tempo que durar sua satisfação. O trabalho, porém, permanece tão imobilizado quanto no passado” (Bauman, 2008, p. 70).

 

 



Quando Lacan (1972) introduz o matema do discurso do capitalista, preserva o lado direito do algoritmo, mantendo-o tal qual no discurso do mestre e inverte o lado esquerdo, considerado o lado do sujeito. A seta que sai diretamente do objeto a, mais-de-gozar, em direção ao sujeito barrado ($) na posição de agente indica que o objeto-mercadoria torna-se o que causa o desejo do sujeito. Nesse sentido, o sujeito é um semblante de amo, pois é o objeto de fato o sustentador desse discurso, o que indica um apagamento do sujeito diante do objeto. Trata-se de objetos acessíveis, cuja oferta pressupõe a promessa de uma satisfação “garantida” ao sujeito.

Nesse matema, o saber (S2) é transformado em mercadoria, passando a valer de acordo com o que se pode vender e comprar. Isto leva Lacan (1968-69) a pensar que estamos vivendo uma nova etapa do mercado: o mercado de saber.

Essa variação se torna referência na análise do valor pago ao sujeito pelo seu trabalho, como aponta Lima (2009): “Como consequência, a verdade passa a ser capaz de ser ‘toda dita’. O saber é transformado em informação. O não-saber [sobre o real do gozo] passa a equivaler à falta de informação.” (Lima, 2009, p. 147).

Nesse contexto, mantém-se a igualdade de acesso aos objetos constantemente criados, em uma roda viva que mascara, ao mesmo tempo em que torna patente, a insatisfação do sujeito.

Os mercados comuns e os processos de segregação

No fim dos anos 1960, em sua “Proposição de 9 de outubro de 1967”, Lacan já percebera a pungência com a qual emergiam os mercados comuns, assinalando que nosso “futuro de mercados comuns” encontraria “seu equilíbrio numa aplicação cada vez mais dura dos processos de segregação” (Lacan, 1967, p. 263).

Analisando essa afirmação a luz da formulação posterior dos quatro discursos, Brousse (2003) salienta que podemos articular o mercado comum, tal como designado por Lacan na “Proposição...”, ao elemento S1, entendido como o que comanda, como indicamos anteriormente.

Nesse sentido, nada deve interromper a livre circulação dos produtos nem bloquear o avanço do capital e nada se deve interpor à conquista de novos nichos de mercados, processo que ocorre – e é importante de se observar – acompanhado de uma pluralização ascendente dos grupos sociais ditos minoritários.

Mas tal proposta não quer dizer que haja um real interesse por lutas e movimentos sociais de natureza macro. É importante observar que se o capital se interessa por esses agrupamentos, é apenas para transformar os participantes em nichos de mercado, ou seja, eles permanecem em um processo de desinserção social com a proposta da sociedade capitalista de apenas inseri-lo como consumidores.  

Como revela Lacan (1967), outro fator importante no capitalismo diz respeito ao monopólio da verdade, que passa a ser conferido à ciência, por meio de suas descobertas e produções que são agora absorvidas no plano da crença, e não, naquele da crítica. Trata-se de uma conclamação a um universal que produz – no campo das políticas, das técnicas e da economia – o que poderia ser traduzido como a imposição de uma mesma verdade para todos. Mitsumori (2005, p. 51) comenta: “O ideal do mestre moderno é que nada da particularidade subjetiva apareça para se contrapor a esse projeto de homogeneização”.   

Assim, a ciência, reduzida ao objetivo de encontrar respostas para driblar a insatisfação do sujeito, sem considerar sua condição de sujeito barrado, acaba deixando de fazer perguntas que seriam centrais para a implicação desse mesmo sujeito no mundo e nas suas condições estruturais de existência. Com isso, ganham espaço no mercado fórmulas que pretendem rechear um cardápio contra o mal-estar ou qualquer outra manifestação que venha a prejudicar os ideais contemporâneos de bem-estar. Koltai (2004) ressalta, nesse sentido, que o discurso da ciência veicula a idéia de que tudo é possível, inclusive a tentativa de eliminar o estranho, o diferente, o estrangeiro.

Os efeitos nos laços sociais na atualidade: o processo de desinserção social

A adoção generalizada de tais encaminhamentos afeta as formas de estabelecimento do laço social na atualidade, norteando as práticas relacionadas com a medicina e todo aparato psi, as instâncias de intervenção social, o que se passa nas escolas e nos inúmeros dispositivos de natureza educacional. Afeta, sobretudo, nas questões rotineiras que perfazem o cotidiano das pessoas e que encontram nas informações medianas dadas à população a respeito das descobertas científicas e na oferta diária de novos objetos (facilmente descartáveis e substituíveis), saídas aparentemente eficazes para os constantes impasses do viver.

Desse modo, torna-se mais fácil e menos angustiante identificar-se a um nome científico do que possa traduzir a possível “anormalidade” de um sentimento, comportamento ou manifestação, seja ela física, psíquica ou emocional. Trata-se de um processo que visa prevenir o mais cedo possível o que possa ser previamente lido como indício de distúrbios, como lembra Mitsumori (2005), com o intuito de preservar não apenas o indivíduo, mas todo o tecido social. E, assim, o que não funciona – o fracasso, a falta e a precariedade, por exemplo – precisa ser descartado e colocado cada vez mais à deriva, à margem.

Prima-se pela eficiência técnica e pelo saber bem aplicado, visando resultados que não ocasionem perdas, sejam elas de energia, tempo, dinheiro ou qualquer outra forma de investimento. Como sintetiza Demuynck (2009), para que as coisas andem, é preciso retirar tudo o que se mostra inconveniente.

Diante desse cenário, a nova ética contemporânea é, segundo Miller e Laurent (1996-97), a dos Comitês de Ética, que funcionam como sintoma da ascensão do objeto a ao zênite da civilização. São instâncias que tentam restaurar o sentido moral do grande Outro na atualidade, garantindo de algum modo uma “ordem social”, ao mesmo tempo em que não traduzem diretamente para os sujeitos quais são de fato as esferas responsáveis por decisões e encaminhamentos do que se passa no funcionamento desse dito social. A febre da avaliação é um fenômeno que revela a servidão voluntária dos sujeitos a esses processos. Eles se submetem sem saber ao certo quais são os critérios que os avaliam.

Desse modo, diante da discussão acerca de laço social e discurso capitalista, talvez, possamos indicar tratar-se aí de um laço particularizado nos limites desse discurso e por ele profundamente marcado, fato que altera as relações em jogo na existência (relações pessoais, sociais, de trabalho, etc.), bem como o funcionamento dos outros discursos.

A modificação do lugar idealizado ocupado pelo grande Outro na cultura, a profusão das latusas1, a substituição dos mecanismos mais rígidos de controle por mecanismos difusos, mas não menos eficientes e precisos, e o avanço da dimensão técnica da ciência, tudo isso afeta os contornos do laço social, atingindo diretamente o sujeito em seus diferentes vínculos e rupturas com esse social.

Para discutir os efeitos dessas questões sobre os sujeitos em sua relação com as formas de laço social presentes na atualidade, o termo “desinserção” tem sido empregado pela École de la Cause Freudienne (Associação Mundial de Psicanálise) com o objetivo de demarcar movimentos de sujeitos que, por razões variadas, participam de modo peculiar da dinâmica social, deixando evidente sua não adaptação aos significantes-mestres (S1) que regem de modo hegemônico o funcionamento do sistema social.

Por estar desconectado dos significantes-mestre que regem a contemporaneidade, o “desinserido” não desliza na engrenagem que articula S1, S2, produção e verdade, ficando à margem do funcionamento social.

Segundo Chiriaco (2009), a “desinserção” pode se manifestar de modos muito distintos: desde crises extremas em que se evidencia uma ruptura do sujeito com o grande Outro até formas mais discretas de errância subjetiva, pois, na agitação do mundo moderno, o fio tênue do laço social em vias de se romper pode facilmente passar despercebido.

As atitudes e os comportamentos do “desinserido” evidenciam sua não-aderência à lógica civilizatória homogeneizante e sua recusa em ingressar nos equipamentos vinculados à gestão do social. Diante de sua não-aderência, o mestre contemporâneo pode tentar inseri-lo a todo custo, valendo-se até mesmo de métodos coercitivos (Gueguén, 2009), presentes em estratégias que conduzem a uma integração aparentemente voluntária ao sistema e significativamente distante dos métodos utilizados no passado, como o recurso às normas rígidas e às estruturas institucionais totalizantes.

Embora o conceito de “desinserção” tenha sua origem no campo da Sociologia e se aplique à nomeação de fenômenos habitualmente conhecidos como sendo da ordem de uma exclusão social, sua apropriação pelo campo psicanalítico tem como foco a dimensão subjetiva e, mais propriamente, os modos como o sujeito se inscreve, com seu próprio sintoma, no tecido social. Desse modo, o “desinserido” pode ser considerado como aquele que provoca questões para a perspectiva de um “sistema social harmônico”, tal como vimos discutindo, operando como o intruso, o estranho, o estrangeiro à ordem social instituída.

Se o termo “desinserção” pode remeter a noções, como fracasso escolar, loucura, delinquência infanto-juvenil e passagem ao ato, dentre outras denominações passíveis de indicar uma não-correspondência ao ideal social, para a psicanálise trata-se justamente de ir na direção inversa resgatando o que é próprio ao sujeito e que se encontra diluído nessas categorizações.

Como assinala Cottet (2009), o “desinserido” é estrangeiro às nomeações que lhe são propostas e esse é um dos pontos centrais dessa discussão a partir da psicanálise, considerando que, se o trabalho do psicanalista pode favorecer ao sujeito encontrar um lugar no mundo, isso não pode ocorrer senão secundariamente às intenções de uma análise (Gueguén, 2009).

Cottet (2009) nos lembra de que, apesar de a discussão acerca da “desinserção” referir-se-a questões da atualidade, podemos encontrar em “A psiquiatria inglesa e a guerra”, de Lacan (1947), uma relevante interlocução com essa temática. Nesse artigo, Lacan analisa o trabalho de reeducação realizado com recrutas do exército inglês, durante a Segunda Guerra Mundial, por uma equipe composta de psiquiatras e outros profissionais, dentre os quais se encontrava Wilfred Bion (1897-1979). Esses recrutas eram considerados inadaptados para a tarefa que lhes tinha sido solicitada pelo Estado, pois apresentavam problemas denominados desajustamento social, delinquência, depressão e confusão mental, dentre outros.

Aos olhos de Lacan (1947), apesar das intervenções realizadas por essa equipe com os recrutas se orientarem por uma lógica reeducadora, essas não visavam a sua reinserção pelo ideal. O tratamento proposto valia-se de dispositivos de trabalho por meio dos quais os sujeitos podiam compor grupos a partir de interesses comuns, permitindo-lhes que estabelecessem um sentimento de grupo entre si. Esse trabalho operava, assim, aliando uma possibilidade de integração do sujeito ao grupo a partir de seu próprio sintoma – que se evidenciava nas escolhas feitas em torno do grupo e do trabalho a ser realizado – e da escuta analítica produzida durante esse processo. A esse respeito, Lacan (1947, p. 114) ressalta que “o médico deveria servir-se da inércia fingida do psicanalista e se apoiar no único controle de fato que lhe era facultado, o de manter o grupo ao alcance de seu verbo”.

Comentando essa intervenção, Laurent (2007) assinala que Bion e sua equipe observaram nesse grupo de recrutas “doentes do ideal” o que era tratável e intentaram, com a constituição de “mini-ideais de grupos” formados a partir do delineamento de uma tarefa, suprimir a “paixão narcísica” que os tornava “rechaçados do ideal”. Assim agindo, era possível oferecer um tratamento a partir do qual esses sujeitos poderiam “escolher, de maneira mais ética, o que fazer na vida” (Laurent, 2007, p. 144).

Relacionando esses apontamentos ao que abordamos anteriormente a respeito da “desinserção”, é importante enfatizar que, diante de um momento de grave crise social, no qual esses recrutas representavam aqueles que não aderiam a uma meta imposta pelo sistema e pela sociedade, uma saída foi encontrada no interior de um serviço do exército, permitindo que a dimensão subjetiva fosse considerada na abordagem proposta.

Três anos depois desse trabalho, Lacan (1950) apresenta a comunicação “Introdução teórica às funções da psicanálise em criminologia”2, na qual discute o conceito de coletividade, argumentando que a sociedade exige dos indivíduos uma “integração vertical extremamente complexa e elevada da colaboração social, necessária à sua produção”, ao mesmo tempo em que “propõe aos sujeitos [...] ideais individuais que tendem a se reduzir a um plano de assimilação cada vez mais horizontal” (Lacan, 1950, p. 146).

Lacan assinala a contradição desse movimento em um contexto no qual os ideais referentes à liberdade individual – e, poderíamos acrescentar, aos valores relativos à autonomia e à capacidade de fazer escolhas em nome próprio – encontram-se altamente cultivados, ao mesmo tempo em que os indivíduos se descobrem “enquadrados” quanto ao que “’pensam, sentem, fazem e amam’, pois vivenciam exatamente as mesmas coisas nas mesmas horas, em porções do espaço estritamente equivalentes” (Lacan, 1950, p. 146).

Comentando esse texto, Cottet (2009) ressalta que Lacan já discutia naquele momento (fim da década de 1940 até os anos cinquenta) a eminência de uma identificação alienante, anunciando sua crítica ao conformismo presente no emergente consumo em massa, o que vemos radicalizar-se no contexto atual de nossa civilização, como indicamos anteriormente.

Conclusão

A sociedade atual foi revista sistematicamente por Lacan ao longo da sua obra. No artigo sobre os “Complexos familiares”, Lacan já abordava o declínio do pai na cultura contemporânea, identificando as características básicas da passagem da sociedade verticalizada para a sociedade horizontalizada: uma tentativa de homogeneização com proposta de um para todos em relação à saúde e à educação. Esse aspecto é fundamental porque quando a sociedade capitalista tenta se orientar para o sujeito ela o faz, principalmente por meio de políticas públicas, em uma orientação para o universal, em que o sujeito tende a perder toda a sua singularidade.

Se, no passado, a desinserção social passava por um processo de verticalização no qual os sujeitos tinham que se pautar por ideais, atualmente, no processo de horizontalização, há uma desinserção social que se encontra, geralmente, implícita nos efeitos das práticas do para todos. Essas propostas são visíveis em expressões, tais como: “Seja como os demais, haja como os demais, sinta como os demais”. Isso faz com que a singularidade de cada sujeito seja deixada de lado em um processo de homogeneização, como aponta Lacan, tornando-se o sujeito um consumidor pautado apenas por um excesso, por um mais-de-gozar.

As diferentes formas como as questões acima enfocadas incidem na constituição dos laços sociais e na formulação de práticas profissionais e institucionais são nosso ponto de maior interesse nessa discussão, visto que este artigo versa exatamente sobre sujeitos que não correspondem aos ideais tradicionalmente propostos pela cultura, mas possuem sua história de vida, seu percurso e, certamente, outras formas de laço estabelecidas, o que pode vir a restringir ou a ampliar as possibilidades de o sujeito encontrar saídas mais autorais para sua vida.


Notas

  1. Latusa: Lacan nomeia latusa como “pequenos objetos a”, encontrados “no pavimento de todas as esquinas, atrás de todas as vitrines, na proliferação desses objetos feitos para causar o desejo.” (Lacan, 1969-70, p. 152)

  2. Comunicação apresentada em colaboração com Michel Cénac.


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Citação/Citation: MRECH, L. M.; RHAME, M. Sujeito dividido, proliferação de objetos e desinserção social: os laços sociais e o discurso capitalista na cultura contemporânea. Revista aSEPHallus, Rio de Janeiro, vol. VI, n. 11, nov. 2010 / abr. 2011. Disponível em www.nucleosephora.com/asephallus

Editor do artigo:
Tania Coelho dos Santos.

Recebido/Received:
12/12/2010 / 12/12/2010.

Aceito/Accepted:
25/02/2010 / 02/125/2010.

Copyright:
© 2011 Associação Núcleo Sephora de Pesquisa sobre o moderno e o contemporâneo. Este é um artigo de livre acesso, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o autor e a fonte sejam citados/This is an open-access article, which permites unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the author and source are credited.